ESPECIALIDADES
Hiperplasia prostática benigna
HPB: O que é ?
A hiperplasia benigna da próstata (HBP), também conhecida por aumento prostático benigno, é uma patologia bastante comum, cuja incidência aumenta à medida que o homem vai envelhecendo. Esta caracteriza-se pela presença de uma próstata aumentada em termos de tamanho (hipertrofia da próstata) e em termos de número de células (hiperplasia prostática benigna) e pode condicionar, nalguns homens, uma deterioração progressiva da capacidade urinária. A longo prazo, na ausência de tratamento, pode provocar também outras doenças do trato urinário, nomeadamente na bexiga e nos rins.
O aumento prostático benigno é uma doença crônica que, por vezes, apresenta manifestações agudas com necessidade de tratamento urgente, como seja a retenção urinária aguda. A HBP não deve ser confundida com a síndrome da dor pélvica crônica, pois são patologias distintas que poderão ou não coexistir.
Dimensões de uma próstata normal
A definição de tamanho de uma próstata normal e de volume prostático varia com a idade. Por outro lado, o tamanho da próstata nem sempre tem correlação com a gravidade dos sintomas: alguns doentes com próstatas apenas discretamente aumentadas podem apresentar muitos sintomas e pacientes com próstatas maiores podem apresentar menos queixas. Deste modo, o início de tratamento e a escolha deste deve ter mais em conta a sintomatologia do doente e os resultados de outros exames (como a urofluxometria, ecografia da bexiga e o resíduo pós-miccional) do que propriamente o tamanho da próstata. Apesar de não existir uma definição precisa sobre a variação do tamanho prostático com a idade, os estudos demonstram os seguintes tamanhos médios:
- Entre 40 e 49 anos <30cc;
- Entre 50 e 59 anos < 40 cc;
- Entre os 60 -70 anos <50 cc.
Diagnóstico da HBP
O diagnóstico da HBP / aumento prostático benigno pode ser feito pelo médico urologista (especialista em urologia) com base na história clínica e exame objetivo
(toque retal).
Para estudo da interferência desta patologia na função miccional e na qualidade de vida do doente o Urologista poderá requerer outros exames como ecografia suprapúbica da bexiga, próstata e cálculo do resíduo pós-miccional, estudos
urodinâmicos como urofluxometria, citometrias e estudos pressão-fluxo, entre outros. A análise do PSA (antigénio específico da próstata) pode ser igualmente requerida pelo seu médico consoante a idade, a vontade do doente em realizar rastreio, características ao toque rectal ou grau de suspeita de coexistir um cancro da próstata.
Saiba, aqui, o cancro da próstata.
É importante realçar que o valor de PSA tem relação com o volume prostático, sendo que próstatas maiores podem condicionar um maior valor do PSA.
A ecografia prostática (ou ultrassonografia prostática) permite avaliar a próstata e vesículas seminais, nomeadamente caracterizar o volume prostático e eventuais alterações do parênquima. Apesar da ecografia prostática por via retal fornecer imagens com mais detalhe e as medidas serem mais corretas, geralmente esta via não é utilizada rotineiramente por ser mais invasiva e dolorosa ao doente em
comparação com a ecografia prostática por via abdominal ou suprapúbica.
Saiba, aqui, tudo sobre ecografia da próstata.
No estudo de HBP / aumento prostático benigno raramente é necessário recorrer à realização de tomografia computadorizada (TC ou TAC).
Causas para a HBP
As causas para o aumento prostático benigno ainda não são bem conhecidas. A maior parte dos investigadores relaciona este crescimento com fatores testiculares e com as alterações hormonais que ocorrem com o envelhecimento do homem, daí ser uma patologia típica dos idosos. Por exemplo, os estudos revelaram que em jovens submetidos a remoção dos testículos antes da puberdade ou homens que não produziam dihidrotestosterona não se verificou o aparecimento da HBP.
Sintomas da HBP
Os sinais e os sintomas mais frequentes da HBP e que condicionam o início do tratamento estão relacionados com a função miccional.
São frequentes as queixas de:
- Necessidade frequente de urinar durante o dia e /ou durante a noite;
- Vontade súbita para urinar (urgência);
- Dificuldade em iniciar a micção;
- Jacto urinário fraco ou interrompido (que pára e reinicia);
- Gotejamento no final da micção;
- Sensação de esvaziamento incompleto.
Mais raro, também se pode manifestar com:
- Incapacidade total para urinar (retenção urinária);
- Presença de sangue na urina (hematúria);
- Presença de infecções urinárias repetidas;
- A retenção urinária aguda;
- Infeções urinárias recorrentes – por exemplo prostatite (inflamação da próstata), cistite, orquite e pielonefrite;
- Pedra na bexiga (litíase vesical);
- Lesão da bexiga e dos rins – o progressivo aumento da pressão exercida pela bexiga para vencer a obstrução provocada pela próstata pode provocar danos irreversíveis nas propriedades da bexiga e, nos casos mais graves;
- Condicionar inclusive lesão para os rins – insuficiência renal.