Bexiga Hiperativa

Sabe aquele desejo imperioso de urinar? Às vezes, aparece subitamente ou logo após fazer xixi. Essa condição é uma síndrome e tem nome: BEXIGA HIPERATIVA.Ou seja, são sinais e sintomas já estudados e ligados a mais de uma causa. Ela atinge cerca de 12% da população adulta e acomete homens e mulheres.

Essa síndrome é caracterizada pela urgência miccional (aquela sensação de precisar sair correndo para ir ao banheiro), aumento da frequência urinária (urinar várias vezes ao longo do dia, como 1 vez a cada 30 minutos), despertares noturnos para urinar e sensação de que não conseguiu esvaziar completamente a bexiga, sem que haja motivos infecciosos ou metabólicos ou locais para tais sintomas/sinais.

Não é incomum a pessoa relatar, em consulta médica, tais queixas. Nesse caso, é necessário que se exclua condições, como infecção de urina, fatores comportamentais (ingestão de água), outras condições clínicas (como diabetes insipidus) e uso de medicações para identificar se não há um fator adicional para tais sintomas. Excluído tais fatores, o diagnóstico da síndrome é clínico, realizado após avaliação médica.

A incontinência urinária pode estar associada a Bexiga Hiperativa.

Esses casos são denominados urgeincontinência e até um terço dos pacientes pode apresentar essas perdas involuntárias de urina.

Geralmente há o desejo súbito de urinar e a pessoa não consegue chegar a tempo ao banheiro, perdendo xixi, podendo ser em gotas ou até toda a urina que estava na bexiga.
Essa condição leva o paciente a perder qualidade de vida.

É frequente pessoas com essa condição relatarem que estão sempre à procura de banheiro ou que evitam ingerir líquidos para evitar perder urina ou ir ao toalete.
Outros, evitam sair de casa, ir a reuniões familiares, ter atividade sexual, viajar, comparecer em eventos sociais e passam a diminuir o grau de convivência com outrem.
Ou seja, buscam isolamento social com intuito de se protegerem, se preservarem ou por fadiga/indiposição de ter que ficar se explicando.
Alguns informam que possuem a fama de estar sempre procurando o banheiro e sentem vergonha e frustração por isso.
Esses são só alguns exemplos de como essa síndrome compromete o bem estar dessas pessoas.

Um indivíduo pode apresentar os sintomas e sinais em sua totalidade ou somente alguns deles. Podem se manifestar de forma mais frequente e intensa ou em episódios esparsos e com sintomas toleráveis. Ou seja, a mesma síndrome com cenários diversos para cada paciente. Inúmeros estudos tentam identificar os fatores que levam aos diferentes cenários. Além disso, sabe-se que há uma associação importante entre depressão e ansiedade, que por si só já são condições complexas. Não necessariamente essas doenças levam a bexiga hiperativa. Mas vemos, no cotidiano do consultório, que esses quadros estão relacionados.

O tratamento tem por objetivo devolver a qualidade de vida a esses pacientes, para que eles tenham confiança de retomar suas rotinas individuais. Medidas comportamentais, fisioterapia pélvica, neuroestimulação, reposição de estrogênio tópico, uso de medicações orais, tratamento de condições associadas e aplicação de toxina botulínica na bexiga são algumas das modalidades terapêuticas para esses pacientes. A definição do arsenal de tratamento é definido de forma individual.

É muito importante que os pacientes entendam que é uma condição comum, que atinge pessoas independente do gênero e da idade e que, principalmente, é possível se submeter a um tratamento e obter controle dos sintomas, recuperando o bem estar.

Na Clínica Veridium dispomos de urologistas atentos a tais sintomas. No consultório, conseguimos ouvir e entender melhor como a Bexiga Hiperativa está comprometendo a saúde do paciente. E, assim, definirmos, em conjunto ao paciente, quais serão os passos do tratamento.

Referências Bibliográficas

-Raju R, Linder BJ. Evaluation and Treatment of Overactive Bladder in Women. Mayo Clin Proc. n February 2020;95(2):370-377.

-Arruda RM, Machado MP, Sartori MG. Biomarcadores na bexiga hiperativa: artigo de revisão. Femina. 2021;49(8):501-4.